Herta Müller, ganhadora do Nobel de Literatura de 2009, cresceu triplamente marginalizada:
Em primeiro lugar, era romena e viveu no país durante a fase mais repressiva da ditadura de Nicolae Ceaușescu.
Em segundo, era parte de uma minoria alemã dentro da Romênia, marginalizada por ser um lembrete vivo da aliança do país com Hitler. (O pai de Müller, e muitos de seus personagens, são ex-oficiais da SS.)
Em terceiro, por ser mulher.
As três marginalizações são, em larga medida, o tema de sua obra.
O homem é um grande faisão no mundo, escrito em 1986 e publicado no Brasil pela Cia das Letras em 2013, é a história de um moleiro que quer emigrar com a família para o ocidente e só consegue porque sua filha se deita com alguns figurões do partido.