O Livro de Jó talvez seja o ponto alto literário da Bíblia. Ele é dialógico e poético, trágico e racional, místico e rebelde. Infinitamente complexo, estranhamente consolador. Um mistério que já dura milênios e não parece perto de ser solucionado.
Como jovem ateu, o Livro de Jó me foi imensamente importante. Demorei muito para entender porque teriam decidido colocar na Bíblia um livro que, para mim, provava ou que Deus não existia ou que, se existisse, era um canalha caprichoso que não valia a pena adorar, seguir, obedecer; e, em ambos os casos, que nada nada fazia nenhum sentido.