Em julho, começo a ensinar o curso online “Introdução à Grande Conversa: um passeio pela história do ocidente através da literatura“. A primeira aula, que acontece no dia 2 de julho, será sobre o Antigo Testamento. Abaixo, a descrição da aula. Nos próximos dias, vou publicar vários textos em preparação para essa aula, produzidos especialmente para as pessoas alunas, mas, como acredito que o conhecimento deve ser público, compartilho também com todas minhas leitoras aqui no site. Para saber todos os detalhes do curso e se inscrever, clique aqui.
Categoria: grande conversa
“O que sabe aquele que não foi tentado?”
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O Eclesiástico é o livro mais recente do Antigo Testamento e o único cujo autor conhecemos. Ele foi escrito pelo sábio e escriba Jesus ben Sirá, por volta de 180 antes da Era Comum, em hebraico e provavelmente em Jerusalém.
Os monges foram os primeiros revolucionários e os monastérios, as primeiras utopias.
Os Padres do Deserto
Foram talvez os últimos cristãos verdadeiros, os últimos iconoclastas que escolheram seguir os ensinamentos da pessoa Jesus em detrimento das ordens da instituição criada por Paulo.
Dentre tantos livros compilados na Bíblia (“Bíblia” literalmente significa “livros”), talvez o mais surpreendente e inesperado seja uma antologia de poesia erótica, que jamais menciona Deus, assinada pelo dono de um gigantesco harém e provavelmente escrita por uma mulher: o Cântico dos Cânticos.
Meditamos não para fugir da realidade ou para nos isolar do mundo, mas por perceber que a vida não-contemplativa, a vida do ego, a vida do consumo, a vida do apego, é fundamentalmente irreal. Meditar é a nossa maneira de mergulharmos plenamente na realidade ilimitada.
Mas nem sempre a espiritualidade, a contemplação, a meditação trazem a paz: essa não-paz é o que João da Cruz chama de “noite escura”.