algumas pessoas reclamam minha “auto-promoção”.
entendo que às vezes pode ser frustrante e incômodo, mas, infelizmente, é o preço da independência.
não tenho emprego. não tenho renda. não tenho contracheque. não pertenço a nenhum grupo, clube, organização. não tenho acesso às grandes editoras, aos grandes veículos de mídia. (nada disso é reclamação: sou assim porque ESCOLHI ser assim.)
ganho a vida vendendo meus próprios livros, dando minhas próprias palestras, vendendo meus próprios textos. os livros não podem ser encontrados em livrarias, as palestras não tem a chancela de nenhum “instituto”. tudo independente, tudo na minha mão. tudo pela internet, tudo pelo meu site, tudo pelo meu facebook.
sou sempre só eu. aqui. sozinho. acompanhando somente pelos leitores que me seguem.
odeio ficar me auto-promovendo. é pesado, embaraçoso, chato.
mas já fiz vários testes: se passo um mês inteiro sem falar do meu romance “mulher de um homem só”, vendo pouquíssimos exemplares. se faço alguns posts sobre o livro, vendo dezenas. e etc e etc.
se você, pessoa leitora querida, tem um emprego certo e uma renda segura, não faça pouco de um pobre artista independente, que começa o mês sem saber de onde virá seu próximo dinheiro, cuja renda depende quase unicamente da quantidade de auto-promoção que ele faz dos seus próprios livros e eventos.
a escritora afro-americana alice walker dizia: quem exige seu silêncio não é seu amigo.
eu concordo e completo: quem critica o seu único jeito de ganhar a vida também não.
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sobre a vaidade e auto-promoção dos artistas.