A Grécia Clássica oscilava entre dois polos: o apolíneo, mais racional, e o dionisíaco, mais instintivo. Duas peças, nos dois extremos cronológicos da Grécia Clássica, a Orestéia, no seu começo, e As bacantes, no seu fim, ilustram esse movimento, que continua marcando a arte ocidental até hoje.
Categoria: orestéia
A Orestéia simboliza o apogeu da Grécia Clássica e de sua ênfase nas infinitas possibilidades da racionalidade humana, e celebra a vitória das instituições democráticas sobre o infindável e sangrento código de vingança ancestral.
A última cena da série Game of Thrones, com todos os personagens sobreviventes, em uma reunião burocrática, começando a fazer as contas para reconstruir o país, deve muito ao espírito esperançoso (e institucionalizador) da Orestéia.
As tragédias do teatro grego eram sempre escritas e encenadas na forma de trilogias, onde cada peça comentava e complementava as outras. A Orestéia é a única trilogia que sobreviveu, o que só nos faz lamentar a perdas das outras. As peças que acompanhavam Édipo Rei ou Antígona, As bacantes ou Medeia, o que mais teriam nos revelado sobre essas obras-primas? Jamais saberemos.
É difícil exagerar por quão pouco não perdemos todas as tragédias gregas.
A experiência de ir ao teatro na Grécia Antiga era tão diferente da nossa que é difícil até nos colocarmos nesse lugar.
Mitologia grega
Algumas dicas para entender melhor a Ilíada: comprem um bom dicionário de mitologia, evitem séries.
Na próxima quinta, 23 de julho, às 19h, acontece a segunda aula do meu curso Introdução à Grande Conversa, sobre os Gregos. A narrativa da aula será a seguinte:
O Livro de Samuel e a Orestéia, ambos intensamente políticos e intensamente religiosos, contam a mesma história de maneiras bem diferentes.