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Leituras comentadas, maio de 2017

Um mês de leituras religiosas, cristãs e budistas. A maior parte das leituras foi relacionada a alguma atividade que desenvolvo em nosso templo.

1. (38) Noite escura, de João da Cruz, c.1580, espanhol.
2. (39) Manual de limpeza de um monge budista, de Matsumoto, 2011, japonês.
3. (40) Mimesis, de Auerbach, 1946, alemão.
4. (41) Embodied Attention, de Davelaar, 2014, inglês.
5. (42) Carta a um religioso, de Weil, 1942, francês.
6. (43) A pessoa e o sagrado, de Weil, 1942, francês.
7. (44) Espera de Deus, de Weil, 1942, francês.
8. (45) An Anthology, de Weil, 1940-1943, francês.
9. (46) Having once paused, de Iquiú, séc.XV, japonês.
10. (47) Leaves of grass, de Whitman, 1855, inglês.
11. (48) A cabana, de Young, 2007, inglês.
12. (49) Guia do estilo de vida do Bodhisattva, de Shantideva, c. séc. VIII, sânscrito.

* * *

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Shantideva

O Guia do caminho do bodisatva (Bodhicaryavatara) é um poema escrito na Índia do século VIII pelo monge Santideva.

De todos os muitos textos budistas, tornou-se o meu preferido, um dos livros mais importantes da minha vida e, seguramente, o que mais se aproxima de ser o meu guia de conduta moral.

O livro descreve tudo que tento ser, tudo que falho em ser, tudo que continuo tentando ser.

Bodhicaryavatara shantideva

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Walt Whitman

Uma vez, me perguntaram quais eram meus três poetas favoritos. A resposta: Whitman, Whitman, Whitman.

folhas de relva whitman

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Simone Weil

Simone Weil (1909-43) é uma das pessoas que mais amo na humanidade inteira, no passado e no presente.

Como Simone Weil é linda, forte, sensível. Como ela se entrega em cada frase. Como seu raciocínio é límpido, implacável.

Tenho vontade de abraçá-la, de apoiá-la, de aprender com ela, de salvar sua vida.

Uma das pensadoras mais radicalmente originais de todos os tempos. O cerne de todas as contradições filosóficas do século XIX, explodindo em pleno XX.

Todo mundo deveria ler, conhecer, amar Simone Weil.

simone weil

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Dia das mães

Celebre o dia das maes: nao coma nada que teve mae.
Celebre o dia das mães: não coma nada que teve mãe.
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Leituras comentadas, abril de 2017

Em abril, li pouco, coloquei de lado “O livro das Prisões” (já volto a ele, juro!), escrevi o primeiro canto de um romance sobre a Pré-História, pratiquei muito zen.

1. (31) The hero with a thousand faces, de Campbell, 1949, inglês.
2. (32) Pré-História do Brasil, de Funari e Noeli, 2002, português.
3. (33) Pré-História, de Gosden, 2003, inglês.
4. (34) Ethics in small scale societies, de Silberbauer, 1991, inglês.
5. (35) Satipatthana Sutta (Majjhima Nikaya), páli.
6. (36) A montanha no oceano, de Leloup, 2000, francês.
7. (37) História da Língua Portuguesa, de Teyssier, 1980, francês.

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a pergunta mais importante

minha pergunta favorita, versátil e salvadora de vidas, é:

“por que diabos estou fazendo isso?”

não tem contraindicações e posso fazê-la em minha própria cabeça várias vezes por dia:

“por que diabos estou me depilando? por que diabos estou falando nesse tom de voz grosseiro com a minha mãe? por que diabos estou fazendo mais um post no facebook? por que diabos não estou ajudando essa pessoa que está aqui na minha frente, agora?”

question everything why

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o paradoxo da história

a história nunca é paradoxal: se você acha que é, então não entendeu alguma coisa.

never forget never forget get over it slavery

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opiniões

se uma pessoa não pediu minha opinião, é muito provável que ela não queira saber.

se pediu, é muito provável que tenha sido por polidez.

quase ninguém quer saber nossa opinião.

nem nós mesmas deveríamos estar assim tão interessadas em nossas próprias opiniões.

melhor momento quando nao tenho opiniao
by odyr
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Caminho do meio

Evito ler um texto quando já sei que concordo com suas ideias — pra quê, né? só pra fazer corinho?

Evito ler um texto quando já sei que discordo de suas ideias — pra quê, né? só pra me irritar?

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o otário: quem é? onde vive?

falar das ações que podemos tomar para não sermos vítimas de crimes… não significa culpabilizar as vítimas e desculpar as criminosas.

ilustração original de flávia tótoli.
ilustração original de flávia tótoli.
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Leituras comentadas, março de 2017

O tema principal das leituras de março foi a Prisão Crescimento. (Tem uma palhinha preliminar aqui.)

* * *

1. (16) El sol de Breda, de Pérez-Reverte, 1998, espanhol.
2. (17) El oro del rey, 2000.
3. (18) El caballero del jubón amarillo, 2003.
4. (19) Breve história del Siglo de Oro, de Zorita Bayón, 2010.
5. (20) Para habernos matado, de Díaz Villanueva, 2013.
6. (21) On the abolition of all political parties, de Weil, 1943, francês.
7. (22) Pilgrim at sea, de Pär Lagerkvist, 1962, sueco.
8. (23) The holy land, 1964.
9. (24) Herod and Mariamne, 1967.
10. (25) Pequeno tratado do decrescimento sereno, de Latouche, 2007, francês.
11. (26) Democracia econômica, de Dowbor, português, 2013.
12. (27) O decrescimento, de Georgescu-Roegen, 1970-81, inglês.
13. (28) A natureza como limite da economia, de Cechin, 2010, português.
14. (29) Pantagruel, de Rabelais, 1531, francês.
15. (30) Gargantua, 1534.

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Leituras comentadas, fevereiro de 2017

Fevereiro foi um mês de leituras variadas. O principal tema foi empatia e seus limites.

1 (9). Nineteen eighty four, de George Orwell, 1949, inglês.
2 (10). Strangers drowning: impossible idealism, drastic choices, and the urge to help, de Larissa MacFarquhar, 2015, inglês.
3 (11). Opening Skinner’s box: great psychology experiments of the Twentieth Century, de Lauren Slater, 2004, inglês.
4 (12). Against empathy: the case for rational compassion, de Paul Bloom, 2016, inglês.
5 (13). The marshmallow test: understanding self-control and how to master it, de Walter Mischel, 2014, inglês.
6 (14). Gravity and grace, de Simone Weil, 1942, França. [Trad: Emma Craufurd, 1952.]
7 (15). Inside of a dog: what dogs see, smell, and know, de Alexandra Horowitz, 2010, inglês.

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zen

a importância dos rituais

nem todo ritual é bobagem.

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facundo

Facundo (1845), de Domingo Sarmiento, é um dos grandes textos latinoamericanos de todos os tempos.

Facundo não fala sobre o Brasil, mas Facundo nos explica, explica Os Sertões, explica Tropa de Elite, explica tudo. A grande tragédia latinoamericana está toda lá.

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textos

perdendo a guerra cultural

alguns conceitos que a esquerda deu de mão beijada para a direita:

  • deus/religião
  • propriedade
  • família
  • segurança pública/forças armadas/defesa
  • luta anticorrupção
  • moral/moralidade
  • patriotismo

esqueci algum?

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o catolicismo e eu

apesar de continuar tão agnóstico como sempre, tenho ido a missas católicas: gosto da atmosfera comunal das igrejas e do contato com o transcendente.

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O paradoxo do luto

Por um lado, o luto nos tortura com a dor insuperável e invencível da perda, uma dor que parece sem fim e sem limites.

Por outro lado, como sabemos que tudo passa, o luto também nos tortura por sua dor ser tão superável e tão vencível, um dor com fim e com limites:

No meio de tanta dor, nos parece insensível e desrespeitoso imaginar que um dia não estaremos sentindo aquela dor, que um dia aquela dor não será mais paralisante, que um dia a nossa vida vai voltar a ser como sempre foi.

Mas vai.

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Como consolar alguém de luto

De repente, sem aviso, Jó perde tudo: seus rebanhos, seus empregados, seus filhos, suas casas.

Estupefato, com feridas terríveis da sola dos pés até o alto da cabeça, sem saber o que fazer, sentado nas cinzas da sua casa, ele se coça com um caco de telha, em uma das imagens mais patéticas e tristes da Bíblia.

Então, é visitado por três amigos.

Para compartilhar sua dor e consolá-lo, os amigos sentam-se nas cinzas ao seu lado e passam ali sete dias e sete noites, sem dizer uma palavra sequer.

Uma palavra sequer.

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entropia

A desesperança do luto

A esperança é nos fode. A esperança nos estressa. A esperança nos faz lutar infindavelmente em prol de causas perdidas — pois, afinal, há uma esperança.

Quantas pacientes de câncer não teriam aproveitado melhor e com mais substância seus últimos meses de vida, em paz, em contemplação, cercadas de seus entes queridos…

…se não estivessem “lutando até o fim”, pulando de médica em médica, sendo as “batalhadoras” contra o câncer que nossa sociedade espera que todas sejamos?

A beleza do luto é que não há mais esperanças.