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As conversas dos outros

Quem precisa de livros e iTralhas quando tenho à minha disposição um ônibus inteiro de dramas humanos?

Escritor”, “jornalista”, “dramaturgo”, etc, são todas palavras bonitas e prestigiosas para descrever uma mesma coisa: a categoria das fofoqueiras profissionais.

Eu, por exemplo, adoro a evasão de privacidade do mundo atual. Já adorava antes, quando as pessoas falavam em altos brados no celular em lugares públicos, e continuo amando agora, quando fazem o mesmo por áudio de Whatsapp.

Quem precisa de livros e iTralhas quando tenho à minha disposição um ônibus inteiro de dramas humanos? (Quase sempre escolho meu lugar pensando quem parece ter fofocas mais interessantes.)

Mas sabe qual é a parte mais estranha desse fenômeno?

É quando eu demonstro visivelmente que parei de ler meu livro para acompanhar a conversa que está acontecendo a 30 cm do meu ouvido…

…e a pessoa, até então bradando suas intimidades a plenos pulmões, fica incomodada de ver que estou prestando atenção àqueles sons que não tenho como fisicamente não ouvir.

Amiga, vamos combinar: se não reclamo de você descrever sua cirurgia de bócio enquanto tento comer, você não reclama de eu ouvir tudo e tomar notas.

* * *

Me ocorreu agora que muitas leitoras provavelmente pensarão que estou sendo irônico.

Não apenas não estou (enfaticamente não estou!), como não entendo como as pessoas podem não gostar de ouvir conversas alheias em lugares públicos. Só Deus sabe quantas vezes já passei do ponto pra continuar ouvindo uma fofoca da boa. Esse mês, estou lendo Guerra e Paz, de Tolstoi: são 2.500 páginas e 600 personagens. O que é isso senão fofoca num nível mega-uber-hard?

Para mim, certamente por ser um fofoqueiro profissional por toda a minha vida, nada pode ser mais fascinante do que essas sete bilhões de personagens únicas e fascinantes que dividem conosco essa pedra. Meu interesse por saber mais de suas vidas, dramas, dores, alegrias, é simplesmente insaciável.

Nada, nada, nada pode ser mais interessante que isso.

* * *

Pós-escrito

Saí do Facebook, de novo. Agora, a única maneira de falar comigo é pelo email ou me visitando. Então, por favor, escrevam, visitem.

Enquanto isso, melhor coisa que você pode fazer por mim é espalhar por aí o conteúdo que eu produzo. Para isso, encaminhe esse email ou compartilhe a url abaixo:

alexcastro.com.br/as-conversas-dos-outros

Imersão do Sudeste com desconto

A imersão As Prisões: Exercícios de Atenção do Sudeste está saindo com desconto até quarta-feira de cinzas: de R$300 por R$250.

O evento acontece em local paradisíaco: a Pousada da Fazenda Sítio Velho, em Areias, SP, bem no meio do caminho entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

(Além disso, é a melhor comida de todos os tempos: espero o ano inteiro para voltar pra lá.)

Abaixo, algumas dúvidas que surgem:

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Não posso pagar tudo de uma vez, e agora?

O valor do evento em si dá pra parcelar pelo PagSeguro. O valor da hospedagem e alimentação é metade agora e a outra metade só no dia.

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Não tenho dinheiro, e agora?

Não posso fazer caridade com o bolso dos outros, então, você vai ter que pagar a hospedagem e a alimentação. Mas pode não pagar a minha parte, se quiser. Fala comigo.

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Não tenho como chegar lá, e agora?

Em todas as imersões, nunca ninguém deixou de ir por falta de transporte. Sempre temos muitas pessoas-com-carro, e elas sempre conseguem trazer todas as pessoas-sem-carro. Pode ficar tranquila.

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Moro longe e vou ter que pegar avião, e agora?

Basta você chegar no Rio ou SP até sexta feira de manhã, e a gente te arruma uma carona fácil. Marque see voo/ônibus de saída para a noite de domingo, ou manhã de segunda.

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Para se inscrever e saber mais, visite minha página de encontros.

2 respostas em “As conversas dos outros”

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