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Somos a prova viva do amor que recebemos

Cada uma de nós só está aqui hoje porque, ao longo de vários anos, fomos recipientes de muita atenção, muito cuidado, muito amor. Somos todas a prova viva do amor que recebemos.”

Outro dia, uma pessoa me confidenciou que nunca foi amada. Nem pela mãe, nem por ninguém. Nunca. Ponto.

E eu tive a temeridade de responder:

“Olha, nem te conheço, mas posso afirmar com certeza que não.

Porque o ser humano passa anos e anos completamente dependente: durante meses, não consegue nem virar o próprio corpo na cama. Todas nós já fomos seres insuportáveis que só sabiam gritar e comer, cagar e mijar.

Para qualquer pessoa adulta, teria sido fácil e tentador simplesmente dar um passo atrás e andar na direção oposta dos gritos estridentes e do cheiro de merda.

Cada uma de nós só está aqui hoje porque, ao longo de vários anos, fomos recipientes de muita atenção, muito cuidado, muito amor.

Talvez não tenha sido sua mãe. Talvez não tenha sido ninguém da sua família. Talvez você nunca saiba quem foi.

Mas, com certeza, você já foi muito amada.

Somos todas a prova viva do amor que recebemos.”

* * *

Um beijo grande na minha mãe, que só Deus sabe quantas chances teve de me jogar pela janela e, inexplicavelmente, nunca fez isso.

* * *

O encontro “As Prisões”

imersão as prisões de alex castro
imersão as prisões de alex castro

É uma instalação artística, indefinível e improvisada, onde exploramos os limites e as possibilidades de nossa atenção, de nossa generosidade, de nosso cuidado. Um espaço de prática, sempre imprevisível, onde pessoas se juntam e se chacoalham, compartilham vivências e trocam histórias e, no processo, criam novos tipos de interação. Um evento que só pode ser presencial pois foi criado para só poder ser presencial, justamente para fazermos aquilo que é impossível de ser feito através de textos.

Foi nesses encontros, realizados desde 2013 nas cinco regiões do Brasil, no contato energizante e polifônico com milhares de pessoas, que os Exercícios de Atenção foram sendo lentamente criados e aprimorados e são, até hoje, praticados.

Tudo o que faço é sempre fundamentalmente gratuito, e os encontros não seriam a exceção. Existe um preço sugerido mas paga quem quer, o quanto quiser.

Hoje, eu literalmente vivo da generosidade alheia: graças às pessoas mecenas, que me sustentam com suas contribuições, não preciso ganhar a vida. Então, o mínimo que posso fazer com essa vida que me foi dada ganha é passar adiante a generosidade: promovo esses encontros como um serviço para as pessoas que precisam dele.

Os próximos são no Rio de Janeiro, esse domingo agora, 9 de julho, e, depois, em São Paulo, no domingo, 23 de julho. Além disso, temos três imersões marcadas por todo Brasil: Nordeste (6 a 8 de outubro), Sudeste (20 a 22 de outubro) e Sul (19 a 21 de janeiro).

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