Sempre que compartilho a imagem acima, aparece alguém retrucando:
“Você está ofendendo os professores! E os professores, hein? Os professores são babacas de corrigir? Hein? Hein?”
E é engraçado isso, porque eu fui professor, em sala de aula, em dois países, no ensino médio e superior, por dezoito anos, de 1993 a 2011, ensinando história e geografia, literatura e cultura brasileira, língua portuguesa, língua espanhola, língua inglesa.
E a gente não corrigia ninguém não.
Corrigir era visto como uma prática antiquada, violenta e, sobretudo, ineficiente.
Se a pessoa aluna dizia:
“Professor, nós vai ao estádio amanhã, né?”
eu jamais poderia corrigi-la, ainda mais publicamente, diante das colegas, para deixá-la constrangida e envergonhada, às vezes até reativa e defensiva.
O que eu e minhas colegas fazíamos era dar o exemplo, ou seja, responder usando a norma culta:
“Sim, Fulana, amanhã nós vamos ao estádio sim.”
Muitas vezes, a própria aluna já dá o feedback positivo na hora, demonstrando que entendeu:
“Eba, nós vamos ao estádio amanhã!”
Algumas vezes, o processo precisa se repetir em várias aulas até que o conteúdo seja internalizado.
Mas elas sempre aprendem.
Sem precisar corrigir.
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Sobre isso, um texto: Prisão Preconsseito
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