A experiência da FLIP para uma pessoa que vive de escrever e está apegada ao Ego (perdão pela redundância) é uma verdadeira montanha russa emocional.
Você vê seu livro em destaque na livraria do evento, por ser do tema da FLIP esse ano… e seu Ego voa.
Você vê que a editora do livro tem uma casa na FLIP mas não trouxe nenhum exemplar, apesar de ser do tema da FLIP esse ano… e seu Ego afunda.
Uma pessoa (várias, na verdade) de quem você esperava carinho, ou atenção, ou reconhecimento caga pra você…. e seu Ego afunda.
Uma pessoa (várias, na verdade) de quem você não esperava nada te reconhece, te dá carinho e atenção…. e seu Ego voa.
O exercício zen é conseguir reconhecer que todos esses fenômenos são contingentes e vazios de significado.
Que a pessoa que te ignorou provavelmente até gosta de você, mas está também loucamente apegada ao próprio Ego, tentando impressionar outras pessoas que acha que poderão lhe dar carinho, atenção ou reconhecimento.
Que a pessoa que te reconheceu provavelmente nem gosta de você, mas está também loucamente apegada ao próprio Ego, tentando te impressionar porque acha que você poderá lhe dar carinho, atenção ou reconhecimento.
Que, no fundo, estamos todas juntas, dançando a mesma dança e sufocadas pelo mesmo Ego, perseguindo o próprio rabo e pavoneando a própria cauda.
Enfim, é exaustivo.
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Sobre isso, leia a Prisão Eu.