Em meus textos, para chamar atenção para o sexismo de nossa língua, estou invertendo a norma e usando o feminino como gênero neutro.
Não porque troquei um sexismo por outro, mas porque o gênero da palavra “pessoa” é feminino.
Trocar:
“Meus alunos não calam a boca.”
Por:
“Minhas alunas não calam a boca.”
Só mantém o sexismo da língua. Pior: sugere que são apenas as minhas alunas mulheres que não calam a boca.
Por isso, hoje, eu digo:
“Minhas pessoas alunas não calam a boca.”
Essa tem sido, pra mim, a maneira não-sexista de escrever.
* * *
Para me referir a seres humanos de modo geral, uso o feminino, idealmente antecedido de “pessoa”.
Por exemplo, o texto “Carta aberta às pessoas privilegiadas” normalmente teria se chamado “Carta aberta aOs privilegiadOs”, se referindo a todas as pessoas privilegiadas do mundo de ambos os sexos.
Se eu mudasse simplesmente para “Carta aberta Às privilegiadAs”, o texto poderia passar a impressão errada, graças ao treino sexista que impusemos aos nossos ouvidos, de falar somente para as mulheres privilegiadas e não aos homens.
Portanto, para evitar essa distorção e manter o significado genérico, o título final ficou “Carta aberta às pessoas privilegiadas”.
* * *
A melhor forma de evitar o sexismo é usar a palavra “pessoa” livremente e sem medo de repetições.
* * *
Só uso o masculino para me referir especificamente a homens.
Trecho da mesma “carta aberta” citada acima:
“Escuto muito: homens reclamando da histeria das feminazis, pessoas cis reclamando da agressividade das militantes trans, brancas reclamando do vitimismo do movimento negro, religiosas reclamando da chatice das ateias militantes. … É comum ouvir as pessoas privilegiadas (homens, brancas, cis, ricas, etc) reclamarem que as militantes de causas marginalizadas (movimento negro, lgbt, trans, feministas, indígenas, ateias, etc) são agressivas, defensivas, estressadas, etc.”
* * *
Ocasionalmente, faço referências a mim mesma no feminino (como no texto “e se eu estiver errada?“), não porque me identifico como mulher, mas simplesmente para que esse estranhamento faça a pessoa leitora refletir sobre a arbitrariedade do uso de gêneros na nossa língua.
* * *
Existem várias outras maneiras de inverter o sexismo da língua, como usar a arroba e o X.
Respeito muito todas as pessoas que também estão lutando por menos sexismo na língua e que escolheram usar essas ou outras opções.
Os meus motivos para não adotá-las são os mesmos de Juno, expostos no texto: Deixando o X para trás na linguagem neutra de gênero
Recomendo também esse utilíssimo manual para o uso não sexista da linguagem.
Para dicas práticas, recomendo o artigo: Escrever com X não é linguagem neutra.
* * *
Essa é apenas uma regra que estou seguindo em meus próprios textos. Não estou impondo nem sugerindo a ninguém.
* * *
Talvez a grande contribuição da filosofia durante o último século tenha sido essa:
As palavras importam. a linguagem molda o mundo.
vale a pena brigar por isso. Não é uma luta vã.
* * *
Se você tem interesse em escrever de forma menos sexista, talvez goste de conferir meus melhores textos políticos, listados abaixo:
Pra começar
Uma história de quatro pessoas
Racismo
Senzalas & campos de concentração
O peso da história: a escravidão e as cotas
Imigrantes sim, mas de que cor?
Racismo, miscigenação e casamentos interraciais no brasil
Feminismo
Feminismo para homens, um curso rápido
A fácil paternidade
Cavalheirismo é machismo
O papel dos homens no feminismo
O segredo de beleza dos homens
Privilégio
Carta aberta às pessoas privilegiadas
Ação de graças pelos privilégios recebidos
O assunto não é você
O valor das pessoas e das coisas
Carta aberta às humoristas do brasil
Pra encerrar
O desabafo da moça do crachá
O baralho viciado
39 respostas em “Mini-manual pessoal para uso não-sexista da língua”
[…] Esse texto foi reescrito e republicado em janeiro de 2014, para melhorar a argumentação, excluir trechos fracos e tornar a linguagem menos sexista. Confira aqui minhas dicas pessoais sobre como escrever de forma menos sexista. […]
[…] Mini-manual pessoal para uso não-sexista da língua – Alex Castro […]
[…] Buscam sempre usar uma linguagem de gênero neutra (Para mais detalhes, confira meu mini-manual pessoal para uso não sexista da língua); […]
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[…] Meus textos buscam usar uma linguagem de gênero sempre neutra. Todas as explicações e argumentos, sem exceção, se aplicam igualmente a homens e mulheres, pessoas cis e trans*, pessoas hétero, homo e bissexuais. Se alguma frase ou construção pareceu excluir essa ou aquela identidade, sexo, gênero ou orientação, foi descuido meu. Por favor, avisem e vou corrigir. Para mais detalhes sobre como utilizar uma linguagem menos sexista, por favor, confira meu mini-manual pessoal para uso não sexista da língua. […]
[…] o texto acima fez uma valente tentativa de ser unissex e usar uma linguagem de gênero sempre neutra. todas as explicações e argumentos, sem exceção, se aplicam igualmente a homens e mulheres, pessoas cis e trans*, pessoas hétero, homo e bissexuais. se alguma frase ou construção pareceu excluir essa ou aquela identidade, sexo, gênero ou orientação, foi descuido meu. por favor, avisem e vou corrigir. para mais detalhes sobre como utilizar uma linguagem menos sexista, por favor, confira meu mini-manual pessoal para uso não sexista da língua. […]
[…] para chamar atenção para o sexismo da nossa língua, o texto acima usa o feminino como gênero neutro. mais detalhes aqui: www.alexcastro.com.br/sexismo […]
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[…] por Alex Castro […]
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[…] 2014, para melhorar a argumentação, excluir trechos fracos e tornar a linguagem menos sexista. Confira aqui minhas dicas pessoais sobre como escrever de forma menos sexista. Obrigado a todas às mulheres, mestras, professoras, estudiosas do feminismo, que todo dia me […]
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[…] Esse texto foi reescrito e republicado em janeiro de 2014, para melhorar a argumentação, excluir trechos fracos e tornar a linguagem menos sexista. Confira aqui minhas dicas pessoais sobre como escrever de forma menos sexista. […]
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[…] Para chamar atenção para o sexismo da nossa língua, o texto acima usa o feminino como gênero neutro. Mais detalhes sobre essa técnica aqui. […]
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[…] atenção para o sexismo da nossa língua, o texto acima usa o feminino como gênero neutro. Mais detalhes sobre essa técnica aqui. Leia também minha declaração de princípios e minha carta aberta às pessoas […]
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[…] & a homofobia, o racismo & o elitismo ainda definem nossa cultura & nossa sociedade, nossa língua & nossa sexualidade, e precisam ser combatidos todo dia, sempre, sem […]
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