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Problemas de primeiro mundo em Cuba

Só pode ter “problema de primeiro mundo” quem resolveu os básicos “problemas de terceiro mundo”: educação, saúde, moradia.

Só pode ter “problema de primeiro mundo” quem resolveu os básicos “problemas de terceiro mundo”: educação, saúde, moradia.

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Um casal norte-americano acabou de se matar por não ter como pagar suas despesas médicas.

E fiquei aqui pensando: lá, eles têm uma expressão chamada “first world problems”, ou “problemas de primeiro mundo”, que é quando o maior problema da pessoa é que o seu iPhone caiu no chão, etc, ao invés de problemas de “verdade”.

Mas é engraçado.

Morei por seis anos em Nova Orleans, uma cidade majoritariamente negra, a mais violenta e a mais desigual dos EUA, virtualmente abandonada pelo seu governo durante a maior catástrofe natural do país. (Eu estava lá. Esse é o meu depoimento.)

Grande parte das pessoas norte-americanas hoje não sabem como vão pagar suas contas médicas se ficarem doentes, como vão manter os planos de saúde se perderem os empregos, como vão mandar os filhos para as caríssimas universidades, e, por isso, passam a vida estressadas, preocupadas, nervosas com essas questões básicas e vitais.

Por outro lado, todas as pessoas cubanas moram em casa própria, tem abundante cultura gratuita, saúde e educação gratuita do berço ao túmulo, e nunca, nunca, nunca precisaram se estressar ou se preocupar com despesas médicas ou escolares. Para as pessoas cubanas, essas questões, que tanto consomem as norte-americanas, são não-questões.

Não é que as pessoas cubanas não tenham problemas, claro. Elas têm muitos, da pobreza à falta de liberdade: elas só não têm esses problemas de saúde e educação.

Mas repara a diferença.

A pessoa norte-americana que troca de iPhone todo ano mas não tem como pagar o tratamento do câncer ou a faculdade da filha, essa sim está lidando com “problemas de terceiro mundo”.

Já a pessoa cubana, que tem todos esses problemas já pré-resolvidos e pode se preocupar com o fato de não poder comprar iPhones ou não poder escrever editoriais contra o governo, essa sim tem verdadeiros “problemas de primeiro mundo”.

Só pode ter “problema de primeiro mundo” quem resolveu os básicos “problemas de terceiro mundo”: educação, saúde, moradia.

Não é o caso das pessoas norte-americanas: Breaking Bad jamais aconteceria em cuba. Nunca um casal cubano se mataria por não ter acesso à saúde de qualidade.

Essa diferença faz toda a diferença do mundo.

breaking bad in cuba

 

2 respostas em “Problemas de primeiro mundo em Cuba”

Entendi a intenção do texto, mas ele não funciona.
É como apontar que uma pessoa que ganha um ovo cozido por dia, todos os dias, não precisa se preocupar com alimentação, que é um problema/preocupação que pode ser riscado da vida dela – não tem problemas com isso. Enquanto uma pessoa que tem à disposição arroz, feijão, ovo e legumes todos os dias, mas que constantemente está preocupada em buscar formas de conseguir descolar carne para acrescentar nessa dieta, é uma pessoa que precisa se preocupar com alimentação – tem problemas com isso.

Entendo o ponto. Mas você iguala a medicina de Cuba com a medicina dos EUA.
Em Cuba faltam recursos tecnológicos, como máquinas de ressonância magnética.
Eles têm médicos, mas não tem aquilo que a tecnologia pode oferecer, para diagnóstico, cirurgias avançadas. Não tão facilmente, ao menos.

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