Poucas operações retóricas são mais arbitrárias do que tentar diferenciar “patriotismo” de “nacionalismo”…
como se fossem diferenciáveis…
como se um fosse positivo e o outro negativo.
Abaixo, uma declaração do presidente francês Macron, feita essa semana:
“O patriotismo é o oposto do nacionalismo. O nacionalismo é uma traição do patriotismo. Ao se dizer ‘nossos interesses primeiro e que importam os dos outros?’ apaga-se o que um país tem de mais precioso, o que o torna vivo, o que o leva a ser grande, o mais importante: seus valores morais.”
“O nacionalismo é o oposto do patriotismo. O patriotismo é uma traição do nacionalismo. Ao se dizer ‘nossos interesses primeiro e que importam os dos outros?’ apaga-se o que um país tem de mais precioso, o que o torna vivo, o que o leva a ser grande, o mais importante: seus valores morais.”
Qual é a correta?
* * *
Sempre que escrevo isso, me aparecem pessoas dizendo:
“Alex, você está erradíssimo. É auto-evidente que um desses conceitos, de fato, estimula o ódio e a xenofobia, mas, sem o outro, não teríamos como construir um país justo e democrático!”
Para cada uma de nós, é sempre tão autoevidente que um conceito é bom e o outro, ruim, que raramente nos damos conta que, para o nossa colega de sala, pode ser o inverso oposto.
E tudo bem.
Porque dá no mesmo.
Eles são tão indiferenciáveis na prática, que ou ambos são negativos ou ambos são positivos.
* * *
Minhas opiniões:
papodehomem.com.br/prisao-patriotismo-2
* * *
Pós-escrito: Eventos abertos
Imersão “As Prisões: Exercícios de Atenção”
(Fins de semana, de sexta, às 18h, a domingo, às 17h.)
Sudeste 18-20jan2019 — Areias, SP (#101)
Nordeste 1-3fev2019 — Taíba, CE (#102)