eu não me dedico à luta política e à criação artística por ter esperança ou fé na vitória.
eu não tenho fé, nem esperança em nada.
* * *
vivemos em um universo aleatório, de entropia crescente, caminhando rapidamente em direção ao seu próprio fim: em breve, morreremos e, logo após, todas as pessoas que nos conheceram, e depois nossa língua, nosso país e, por fim, até o próprio chão onde caminhamos, o monte himalaia e a muralha da china, serão engolidos pelo sol e deixarão de existir.
não existe vitória possível.
nossa única esperança, nosso melhor futuro, é uma morte não muito dolorosa, não muito solitária, não muito indigna, em um amanhã não muito imediato.
* * *
eu me dedico à luta política e à criação artística…
porque a vida entre seres gregários é sempre uma luta política.
porque criar arte é uma forma de gritar contra a entropia.
devemos lutar as lutas que valem a pena mesmo sem nenhuma esperança de vitória.
devemos continuar criando mesmo sabendo que tudo será destruído.
senão, é melhor nos entregarmos logo à entropia:
o que não falta é prédio alto.
* * *
outros textos divertidos sobre a entropia que nos engolirá:
* * *
Se alguma vez te toquei…
Se abri seus olhos para ver o que antes não via…
Se fiz a diferença na sua vida…
Se enchi seus olhos de lágrimas…
Se não for fazer falta no leitinho das crianças…
Por favor, considere fazer uma contribuição de qualquer valor.
É disso que eu vivo. E preciso de você.
Se não puder, então, me leia de graça, compartilhe os textos e já está bom demais.
Mas, se puder, contribua.
Assim, você estará me dando as condições materiais de ter novas ideias, de criar novos textos, de encher novos olhos de lágrimas.
E eu te agradeço, sempre.
Torne-se mecenas:
alexcastro.com.br/mecenato