Se trocar liberdade por segurança desse certo, seria até recomendável.
Se, ao abrir mão de nossa liberdade, realmente obtivéssemos a segurança de que não seríamos demitidas ou rejeitadas, atropeladas ou infectadas, valeria a pena.
O problema é que não existe segurança possível em um universo vasto e insensível, aleatório e entrópico.
A liberdade, mesmo a pouca e limitada liberdade de que dispomos, é um dom precioso que nos possibilita algum grau de potência e de autonomia perante esse universo que em breve nos matará.
Já a segurança é uma ilusão tão frágil que não sobrevive a um beijo adúltero na copa da empresa, que se desfaz na primeira demissão em massa, que não resiste a um diagnóstico de câncer.
Não vale a pena trocar o real pelo ilusório.