Há muito tempo atrás, quando eu ensinava Cultura Brasileira em uma universidade norte-americana, parte da aula incluía explicar como funcionava nosso sistema político.
E comentei que, apesar do mito local de que “os Estados Unidos eram a nação mais livre do mundo”, a partir de um certo nível de liberdade, todas as nações livres eram igualmente livres.
A Austrália é mais livre que a França? A Argentina que o Japão?
Afinal, não existe “liberdade” absoluta: politicamente falando, país livre é aquele onde a liberdade das pessoas cidadãs é limitada por leis que emanam delas e de seus representantes legitimamente eleitos.
Naturalmente, por causa da variação nas leis, vão haver coisas, por exemplo, que as cidadãs do Brasil podem fazer que as dos Estados Unidos não podem, e vice-versa, mas, no geral, como dizer que um desses país é mais livre que outro?
A turma ficou visivelmente desconfortável pelo estrangeiro cutucando sua vaca sagrada e uma menina bufou:
“Então, me diz uma, uma coisa, que você como brasileiro pode fazer que eu, como americana, não posso.”
“Visitar Cuba.”
Ficou um silêncio chato.
* * *
Acompanhamos a eleição de 2010, assistimos o horário político pelo YouTube, eram tempos mais simples.
Uma resposta em “O que significa ser um país livre?”
Excelente esta de que podemos visitar Cuba.