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minha técnica para lidar com conselhos não-solicitados

por que as pessoas se metem tanto nas vidas das outras?

quando a pessoa começa a dar o conselho não-solicitado, eu dou mute nela dentro da minha cabeça;

fico pensando em outra coisa enquanto ela está mexendo a boca;

quando vejo que ela parou de mexer a boca, eu seguro em sua mão, dou um sorriso caloroso e verdadeiro e digo, “poxa, muito, muito obrigado mesmo pelo seu carinho, infelizmente, agora eu tenho que correr, mas vou levar suas palavras no coração por toda a vida”;

vou embora e passo a evitar essa pessoa.

tem funcionado muito bem pelos últimos 41 anos. a maior vantagem é pouco a pouco ir construindo um círculo de amizades de pessoas que não se metem nas vidas umas das outras.

* * *

dois exercícios de empatia sobre dar e receber conselhos: cultivar o não-conhecimento & exercer a não-opinião

3 respostas em “minha técnica para lidar com conselhos não-solicitados”

Minha técnica: Eu ouço conselhos. Presto atenção. Giro os olhos, respiro fundo e falo: “foi ouvindo conselhos, foi deixando que resolvessem minha vida que cheguei a este ponto, no qual você acha que preciso de conselhos.” O que é verdade.

Sermão e conselhos não são exatamente a mesma coisa.

Isso é meio perigoso…

Uma vez eu vi uma discussão no metrô onde supostamente um cara havia feito comentários racistas contra negros. Ele não parecia estar levando muito a sério os “sermões” que estava recebendo de algumas pessoas e do guarda. Estava apenas com um sorrisinho no rosto tipo: “Uhum, uhum…”.

Fiquei bastante assustado ao ler este texto, pois a semelhança é atormentadora. Ao que parece, o cara usa a mesma técnica que você 0.O

Será que essa técnica não seria uma…….. prisão??? Será que o cara não está preso (no mesmo sentido da prisão felicidade, por exemplo) a essa técnica e é racista justamente por causa disso?

Ai, ai…. Eu achava a filosofia de não ligar para o que os outros pensam tão bonita e reconfortante… e só estou percebendo agora que esse conforto não é muito bom, não. Ou melhor, até é, desde que a pessoa seja inerentemente perfeita ou que não interaja com o mundo exterior.

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