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De quem é a bondade?

Só existe a bondade humana, inclusive a bondade de inventar um Deus que justifique, com sua bondade divina fictícia, a bondade humana que já praticamos umas com as outras.

“Lembremos-nos, também, de socorrer os mais necessitados, particularmente os enfermos, sendo para eles um sinal da bondade divina.”

Uma das frases mais bonitas e intrigantes da missa de hoje de manhã.

Afinal, se eu, homem mortal e falho, posso decidir, por um ato de vontade humana, socorrer um enfermo e me tornar, assim, para ele, um sinal da bondade divina…

… uma interpretação possível é que só socorri o enfermo por inspiração da bondade divina.

Uma outra inspiração mais interessante é que o pobre enfermo está projetando bondade divina onde só existe bondade humana, ou seja, que Deus está tomando crédito pela minha bondade.

Que, na verdade, só existe a bondade humana, inclusive a bondade humana de inventar um Deus que justifique, com sua bondade divina fictícia, a bondade humana que já praticamos umas com as outras.

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