“Alex, como pode uma pessoa como você, agnóstica e cética, “acreditar” em carma?”
Não acho que carma seja algo em que eu “acredito” (realmente não acredito em nada) mas meu entendimento de carma é o seguinte, a partir de uma perspectiva budista secular.
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A cada momento de vida, podemos escolher o tipo de pessoa que queremos ser no próximo minuto.
Não temos controle sobre as consequências que estamos sofrendo hoje das merdas feitas no passado, por mim e por outras pessoas, mas temos a possibilidade e a obrigação, a oportunidade e o privilégio de escolher agir de maneira útil ou inútil, correta ou incorreta, nociva ou benéfica, criando assim consequências positivas ou negativas em nosso futuro.
Outras pessoas podem ser cruéis, mas eu decido não ser.
Posso ter sentimentos agressivos, mas eu decido não agir agressivamente.
Dentro de nós, brigando como lobos, estão sentimentos, impulsos, pensamentos negativos e positivos, nocivos ou benéficos, altruístas ou egoístas.
A escolha de qual lobo vamos alimentar é nossa. Somente nossas ações são nossos pertences verdadeiros. O que importa é o que fazemos.
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As cinco lembranças
— Adoecer faz parte da minha natureza. Adoecer é uma lembrança da presença do mundo em mim.
— Envelhecer faz parte da minha natureza. Envelhecer é o ornamento da minha impermanência.
— Morrer faz parte da minha natureza. Morrer é uma dádiva da impermanência.
— Tudo aquilo que amo ou odeio (objetos, parentes, pessoas amigas e inimigas) também compartilham da mesma natureza impermanente e passageira.
— Somente as minhas ações são os meus pertences verdadeiros. Não posso fugir às suas consequências. Minhas ações são o chão que fazem o meu caminho.
(Fonte: Upajjhatthana sutta, versão livre minha. Leia mais sobre zen.)