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a vendedora de rosas e o vendedor de suflair

um dia frio de inverno em frente à estação vila madalena. o vendedor de suflair (dois reais cada) oferece um chocolate para a vendedora de rosas (cinco reais cada). ela recusa, com carinho. diz que iria ficar com sede. aí teria que tomar alguma coisa. aí teria que ir no banheiro. e que se começasse a gastar dinheiro bebendo já não valeria mais a pena ficar ali. ele pergunta quantas flores ela vende por dia. vinte, ela diz, em um dia bom. e quanto você paga pelas rosas? um buquê sai por vinte reais e tem mais ou menos vinte rosas. então é um real por rosa? mais ou menos. tem sempre umas murchas. depois, tenho que separar uma por uma e enrolar no plástico, sabe? sei. ela está toda encolhidinha de frio, com um cachecol azul, e ele não resiste, oferece de novo. não quer mesmo um suflair? e então ela aceita. ou espero que tenha aceitado. minha carona chegou e abracei minha linda amiga flávia.

2 respostas em “a vendedora de rosas e o vendedor de suflair”

Isso deixa claro seu humor do dia. Já imaginou como seria o (seu) desfecho dessa história caso estivesse em um dia daqueles? hahaha

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