Fala-se muito da obrigação de se informar, de seguir o noticiário.
Mas… por quê?
Qual é o benefício prático de acompanhar, digamos, os acontecimentos da Síria? Por que isso é bom? Por que é desejável? Por que eu deveria investir nisso meu tempo e meu dinheiro – que teriam que sair de outras atividades, pois ambos são recursos finitos?
Possuir essas informações me tornaria uma pessoa melhor, mais humana, mais aberta, mais generosa, mais digna? Não existe um certo frenesi aquisitivo nessa obssessão de acumular mais e mais fatos?
As respostas que recebo são sempre tautológicas:
“Se informar é bom porque é bom, ué. Temos que saber o que está acontecendo no mundo porque é importante! Claro!”
E eu pergunto:
Como sua esposa toma café? Que dias o lixeiro passa na sua rua? Qual é a flor preferida da sua mãe? Em quem você votou pra vereador na última eleição? Como seu avô e sua avó se conheceram?
Existe algo de seriamente errado em uma cultura que vende como fundamental a necessidade de saber o nome do presidente da França mas não do porteiro do prédio.