Categorias
textos

polisingularidade

o cara estava de boa em “namorar” um software incorpóreo que era sua escrava. mas se ela ama OUTRAS seiscentas pessoas, opa, peralá, agora ficou ESTRANHO!

o filme ela, de spike jonze, é sobre um homem que se apaixona por um sistema operacional.

lá pelo fim, ele fica inseguro e pergunta com quantas pessoas ela está falando naquele exato momento.

“oito mil trezentas e dezesseis”, responde ela.

a próxima pergunta é inevitável:

“e você está apaixonada por alguma outra pessoa?”

“seiscentas e quarenta uma”, e ela ainda acrescenta, “mas isso não muda nada nos meus sentimentos, não influencia no quanto estou loucamente apaixonada por você!”

“então, você não é minha”, ele diz.

“eu sou sua”, ela responde, “e também não sou sua.”

agora ficou ESTRANHO!

naturalmente, ele dá um piti.

o cara estava de boa em “namorar” e fazer sexo virtual com um software incorpóreo que era basicamente sua escrava e sua stalker.

mas se ela (que é um pedaço de código, vamos lembrar) está apaixonada por outras seiscentas pessoas, opa, peralá, agora ficou estranho!

o que é a singularidade // meu texto sobre relações não-monogâmicas: a monogamia é uma prisão

Uma resposta em “polisingularidade”