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ao léu

estou na casa de uma amiga faz uma semana e estou há uma semana sem sair de casa.

acordamos, ela sai pra trabalhar, fico escrevendo, ela volta, ficamos juntos, dormimos. no dia seguinte, bis.

quase tudo que gosto realmente de fazer, faço em casa: ler, escrever, cozinhar, transar, fumar, tomar vinho, meditar, ver os amigos, usar a internet.

na prática, só saio de casa pra fazer três coisas: ir ao teatro, remar, levar o oliver no banheiro.

aqui, não tem teatro, não tem onde remar e estou sem o oliver – que ficou na casa de uma amiga.

resultado: sem nem perceber, passei uma semana inteira dentro de casa. completamente feliz.

minha inércia é cósmica.

quando estou fora, minha tendência é ficar fora pra sempre. preciso de muito pouco, tenho excelentes amigos, vou pulando de casa em casa, lavando a louça alheia, dormindo onde caio, trabalhando do meu laptop. então, vou ficando fora… (não visito meu próprio apartamento há mais de um mês.)

quando estou dentro, minha tendência é ficar dentro pra sempre. preciso de muito pouco, tenho tudo em casa, os amigos sempre aparecem pra visitar. então, vou ficando dentro….

percebo que a função do oliver em minha vida é justamente quebrar esse círculo.

quando estou fora, nunca posso ficar fora por muito tempo, porque o oliver está lá dentro sozinho, coitado, tem que sair pra passear, etc.

quando estou dentro, nunca posso ficar dentro por muito tempo, porque o oliver tem que sair pra ir no banheiro, tem que passear, etc.

sem o oliver, sou um ser que se movimenta completamente de acordo com as marés. ao léu.

3 respostas em “ao léu”

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