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Quando morrem os pêssegos, conto

“Quando morrem os pêssegos” é um dos contos do meu novo livro Mentiras reunidas, em pré-venda só até 15 de abril. Ele foi originalmente publicado em Onde perdemos tudo (2011). Abaixo, o conto na íntegra.

(A pré-venda de Mentiras reunidas se encerra essa semana. Depois, não vai ter mais como comprar. Se você deixou para a última hora… a última hora é agora!)

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“Onde perdemos tudo” em “Mentiras reunidas”

O livro Onde perdemos tudo, originalmente lançado em 2011, faz parte do livro Mentiras reunidas, em pré-venda até 15 de abril.

Cinco contos unidos pelo tema comum da perda.

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O livro Onde perdemos tudo, originalmente lançado em 2011, faz parte do livro Mentiras reunidas, em pré-venda até 15 de abril. Cinco contos unidos pelo tema comum da perda. A unidade dos contos de Onde perdemos tudo encontra-se nos vinte e tantos sentidos da palavra perder. Com delicadeza, Alex Castro costura encontros e desencontros, achados e perdidos, sem perder o humor e a malícia. Apesar das perdas, o livro não é triste, mas cheio de beleza e reflexão. Onde perdemos tudo é lugar de encontrar. Onde perdemos tudo (2011), contos. Rio de Janeiro: Editora Oficina Raquel, 2011. Esgotado. Compre meu novo livroMentiras reunidas, que inclui todos os contos de Onde Perdemos Tudo.
Repercussão
O conto mais bem realizado … é o primeiro “A morte de meu cachorro“. História de um momento em que um casal se separa, e cada um vai cuidar de sua vida. A velhice e a solidão são atingidas quando o narrador não é reconhecido por uma alma gêmea, obrigando-se a conviver com experiências que não são mais plenamente compartilháveis. Esse esvaziamento se dá num cenário que deveria ser palco de um reencontro. A amiga muda-se para Buenos Aires, o narrador segue para visitá-la, tentando vencer a distância espacial, que cumpre seu papel: “Lendo cada um sua seção do Clarín, Fiona e eu padecíamos de um silêncio ainda mais cancerígeno [sic]: o silêncio de quem tem muito a dizer, mas prefere calar; o silêncio da conveniência. Pra que discutir? Emudecer poupa dores-de-cabeça, explicações, embaraços. Sobra o nada”. Esta elevação do silêncio a uma categoria cancerígena revela a forma dramática de representar alguns episódios. O conto não segue um fluxo narrativo contínuo, trabalha com flash-back e janelas, que são abertas para esclarecer coisas ou resumir passagens. … O componente que dá literariedade aos contos é a ironia, a busca de soluções bem-humoradas. O autor, que brinca o tempo todo com conceitos literários, transita por um universo em que cabem produtos literários sofisticados e outros da cultura de massa. Os diálogos, os subtítulos e os títulos dos contos e dos livros inventados ganham um tom paródico. Tudo apontando para uma saborosa desconstrução da seriedade. Onde perdemos tudo apresenta narradores meio tagarelas – outro pedágio à internet? -, mas é justamente nisso que reside sua força. E se falta uma maior voltagem literária nestes contos, é indiscutível que a prosa de Alex Castro já possui apelo estilístico. Miguel Sanches Neto, O Globo
[O livro de contos Onde Perdemos Tudo] é uma das melhores coisas que li nos últimos tempos. O conto De Portas Abertas é uma pérola, digno de figurar numa antologia dos 100 melhores contos brasileiros. Não é pouco. … [A Morte do Meu Cachorro] é brilhante. Narração de primeira linha. É um blues na temática (pois todo blues conta a história de uma perda) e abarrocado na sua forma, com as codas lambendo delicadamente cada parágrafo, a espasmos, acrescentando informações e apagando outras, vai pra frente & pra trás com uma desenvoltura de gente grande. São lambidas de gato, portanto. O tema da perda de uma amizade, aliás, se não me engano, é novo na literatura brasileira (não me lembro de outro). O estilo é maduro, adulto, sem que o distanciamento interfira no mergulho. Ele estraçalha o sentimento, vai fundo, tem Machado na parada, no sentido de esmiuçar até a exaustão cada milímetro da situação. … Intocável, perfeito. Furio Lonza
… uma das coisas mais lindas que eu já li na vida, assim, em todos os tempos. Fal Azevedo, “Drops da Fal”
[Sobre De Portas Abertas] Um bom conto se reconhece pelo final: vitória por nocaute. … Alex também é um escritor que conhece como poucos seu ofício. “De Portas Abertas” segue à risca os ensinamentos de mestre Júlio Cortázar, que dizia: “Enquanto no romance você conquista o leitor por rounds, no conto você deve abatê-lo por nocaute”. E, de fato, Alex Castro leva à lona seus leitores. Não apenas em “De Portas Abertas“, como também nas quatro outras narrativas que compõem o livro Onde Perdemos Tudo. … é um filho da puta que escreve bem, desgraçadamente bem. Bom nocaute.” Alexandre Inagaki, “Pensar Enlouquece, Pense Nisso”
Contos A Morte do Meu Cachorro Uma caminhada pelas ruas de Buenos Aires revela questões sobre amizade homem e mulher, as armadilhas da memória e as dores do começo da idade adulta.
Só a teimosia ainda me impele: presumir que eu seria capaz de escrever sobre Fiona foi uma temeridade, um desvario de velho carente. Não ando mais pelo Largo da Carioca; da próxima vez, faço um desvio pela Sete de Setembro. Fiquei sem graça sim, é verdade – talvez a única verdade dita até agora. Houve um quinto sorriso, tão completo e tão sincero quanto o anterior. Sorriso também de corpo inteiro e todo meu. A história então, sob escrutínio, se esfacela: Fiona me dá um aperto de mão mais caloroso, me fita com seus olhos incandescentes e sorri, fogosa: – É muito bom mesmo você estar aqui comigo! – Estoura ela. O sorriso, entretanto, não morre. Não, meus amigos, o sorriso continua lá. Gostaria de poder afirmar que ele permanecia congelado em seu rosto, mas naquele momento não havia nada congelado em Fiona: ela estava em ebulição, faiscando. Sejamos sinceros: seu corpo inteiro sorria pra mim. Quem não suportou o calor fui eu: fracassei em gerir tamanho sorriso e cedi ante a pressão do seu carinho. Fiona me derrubou com uma erupção de amor. Percebo agora o quão piedosa era a minha falecida versão conveniente dos fatos: eu não sabia o que fazer, não sabia em que buraco me enfiar. De que maneira poderia me defender daquela salva maciça de paixão sendo arremetida contra mim? O tal sorriso de corpo inteiro – há pouco desejado – era um fardo incômodo do qual eu precisava me livrar. Sem meios de corresponder aos sentimentos que Fiona disparava, eu ia fraquejando sob sua força. Desse modo, e muito à revelia, preencho a lacuna do café-da-manhã: eu peguei o Clarín, eu comecei a ler, eu puxei o primeiro cigarro. Pobre Fiona, inocente ao menos dessas acusações, só fez tirar o jornal de seu colo e depositá-lo sobre a mesa. Vagarosamente, com mãos de relojoeiro. O Clarín seria minha salvação, decidi, aliviado, e peguei um caderno qualquer do jornal. E enquanto eu abria as folhas, bloqueando minha visão de Fiona, tive um último relance de seu rosto. Ela sorria. Ainda. Inexpugnável em meu refúgio de papel, não sei por mais quanto tempo Fiona sorriu. Por fim, deve ter desistido: afirmou um suspiro, acendeu um cigarro e escolheu uma parte do jornal pra ler. As facturas e os cortaditos, quando vieram, foram consumidos em silêncio.
Onde Perdemos Tudo
“A história se passa numa festa, quando dois ex-namorados se encontram depois de um longo distanciamento. As conversas tendem ora para o dramático, ora para o banal, e nelas cabem, por exemplo, comentários sobre um tratamento de pele. A moça é uma ficcionista, no início de carreira, com as dificuldades normais de afirmação. O ex-namorado é o modelo de personagens para ela, o que mostra que esta é uma relação de atração e repulsa. O que os separou não é conhecido, e a vida dos dois segue vazia.” Miguel Sanches Neto, O Globo
Quando Morrem os Pêssegos
Começou a chorar. Feito o relatório, Josino se afastara. Que digerisse sozinha a dor, refletiu. Quanto a ele, cabia-lhe esperar pela ambulância que não chegava nunca. Aproximou-se ao reparar as lágrimas de Laís e ficou ainda mais sem graça. Sentiu-se quase culpado. De algum modo, deveria ter impedido o acidente. Era ele, Josino, o responsável pela viuvez da mulher. Acariciou os ombros daquela completa estranha. Em sua cabeça, a experiência compartilhada pelos dois, em uma madrugada fria defronte à praia, lhe permitia a liberdade do toque. Apenas, para evitar mal-entendidos, tomou cuidado com o gesto e foi o mais suave que pôde: – Fica assim não, dona Laís. Sei como a senhora se sente, já passei por isso também. A gente tem que ser forte, tem que confiar em deus. Não fomos nós que perdemos uma pessoa amada, foi deus quem ganhou uma. Laís aceitou a carícia. Virou-se para ele e percebeu, pela primeira vez na noite, a presença do policial. Mas Josino entendera tudo errado.
De Portas Abertas
No silêncio, ouvi a respiração canina de Amanda do outro lado e caminhei até lá. O som do meu celular tocando chamou sua atenção e ela se achegou à porta, me deixa entrar, por favor, eu preciso entrar, eu preciso te ver, e passou os dedos sensualmente em volta do olho mágico, como se alisando meu rosto, aqueles dedos de unhas longas e negras que sempre me excitaram. Acariciei a maçaneta, que soluçou mecanicamente ao meu toque. Amanda eriçou as orelhas e ganiu: por favor, eu não quero ir embora, você prometeu que iríamos ficar juntos pra sempre, que me protegeria e me acompanharia, não pode me largar aqui fora, eu te peço.
A Falta que nos Fazem os Figos
XV – À meia-noite, no quilombo, invocamos o escritor morto Para quem visitou as grandes escavações greco-romanas da Europa, aquele terreno baldio de terra remexida e mato ralo podia ser tudo, menos um sítio arqueológico. Mas era. … Tentei me concentrar no vento — nunca imaginei que fizesse tanto frio assim no estado — mas meus pensamentos ziguezagueavam frenéticos por entre os fatos que haviam me levado até ali. Lembrei de quando bolara — ou pensei que bolara — os figos em 91, como desculpa para não estudar química, e os cocos, menos de um mês atrás, na praia do Leblon, enquanto sentia o sal dos dedinhos de Gabriela em minha língua. Pude me ver deitado na cama, chorando como nunca chorara antes, e na casa de Mitzi, fazendo contas em velocidade histérica para chegar à tênue conclusão de que eu deveria ser a reencarnação do Gol. Revivi os momentos de puro pavor experimentados durante a descoberta das coincidências, eu quase descendo privada adentro, ou Gabriela chegando no meio da noite em minha casa, com os pêssegos debaixo do braço.
[U]m dos melhores escritores desse brasilzão de meldeos … Onde Perdemos Tudo é o que Alex tem de melhor. … [S]e ele continuasse nos contos, não seria páreo para ninguém no Brasil. Falo sério. Luiz Biajoni, “Biajoni”
* * * onde perdemos tudo Onde perdemos tudo (2011), contos. Rio de Janeiro: Editora Oficina Raquel, 2011. Esgotado. Compre meu novo livroMentiras reunidas, que inclui todos os contos de Onde Perdemos Tudo. * * * Onde perdemos tudo é parte integrante do meu livro Mentiras Reunidas. Compre agora, ou continue lendo, para saber mais. * * *

Mentiras Reunidas, em pré-venda

Já começou a pré-venda do meu novo livro Mentiras reunidas, em versão capa dura, com bookbag, dedicatórias apócrifas e marcadores, e mais cinco contos exclusivos.
Mentiras Reunidas, capa aberta.
Essa versão capa dura só estará disponível nessa pré-venda: mais tarde, não estará disponível nem para venda pelo site, nem para venda em livrarias. Só nessa pré-venda, só agora. Depois, nunca mais. No final do ano, se o resultado do capa dura for bom, vamos lançar Mentiras reunidas também nas versões brochura, ebook, áudiolivro, mas aí não vai ter bookbag, não vai ter capa dura e, mais importante, não vai ter os cinco contos exclusivos. A edição brochura (se existir) será do mundo, vai vender nas livrarias e tal (espero!), mas esse capa dura, com a bolsa de brinde, é meu presente para minhas leitoras fiéis: ele reúne toda a minha ficção publicada e mais, doze contos inéditos, desde o meu primeiro conto, de 1987, até uma história escrita especialmente para esse livro, em 2019, passando pelos livros Mulher de um homem só  (2009) e Onde perdemos tudo (2011). Trinta e dois anos da minha produção artística, os frutos de todos os meus maiores esforços, em um só livro, só para você. Cinco dos doze contos inéditos são exclusivos da versão capa dura e não estarão incluídos nas versões brochura, ebook e áudiolivro que venham a existir. Todas as vendas serão realizadas pelo site da própria editora(Dessa vez, não vou vender eu mesmo. Ou seja, não vai dar pra comprar na minha mão.) A editora aceita boleto, cartão de crédito e parcela em 3x. Para quem está no exterior, basta preencher um formulário e a editora entra em contato. A pré-venda vai até 15 de abril e os livros começam a ser enviados em 31 de maio de 2021. (Repito: o livro não estará mais à venda, em nenhum meio, de nenhuma maneira, depois de 15 de abril.)
Por fim, uma promoção em conjunto com meu novo curso. Quem comprar Mentira Reunidas na pré-venda, paga somente o preço promocional do meu curso A Grande Conversa Brasileira: a idéia de Brasil. Ao invés de R$1.199, você só paga R$899 (válido somente para pagamento à vista, via Pix). Ou seja, o Mentiras Reunidas sai de graça. Basta me enviar o comprovante da compra do livro e fazer o pix de R$899. Minha chave Pix é eu@alexcastro.com.br. Compre Mentiras Reunidas agora. * * *

Você ganha…

Comprando Mentiras reunidas na versão capa dura, você ganha: — 1 bookbag EXCLUSIVO: só estará disponível para quem comprar o capa dura, não será vendido separadamente, não será produzido no futuro; — 5 contos inéditos e EXCLUSIVOS da capa dura: não estarão nas outras versões (brochura, ebook, audiolivro) que podem ser lançadas no final do ano; — 1 dedicatória, apócrifa e ficcional, inventada na hora, exclusiva para você; — 2 marcadores de página feitos especialmente para esse livro.
Mentiras Reunidas, novo livro de Alex Castro.
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A arte

O projeto gráfico, como sempre, é de autoria da minha melhor amiga de trinta anos, a artista plástica Isabel Löfgren, sobre desenhos originais de Francisco de Goya — hoje, talvez, meu artista plástico favorito. (Minha ida à Madri em 2018 e meu encontro com Goya.) Conheça o site da Isabel e, especialmente, seu belíssimo trabalho na Mãe Preta, em parceria com Patrícia Gouvêa.
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Mentiras reunidas, índice

Porque mentir Primeiras mentiras Mulher de um homem só Onde perdemos tudo A morte do meu cachorro De portas abertas Onde perdemos tudo Quando morrem os pêssegos A falta que nos fazem os figos Depois da festa junina, em volta da fogueira (inéditos) Moça de sorte (exclusivo capa dura) Não adianta morrer (exclusivo capa dura) Uma questão de fé A surdez do meu avô (exclusivo capa dura) A menina do copo d’água (exclusivo capa dura) Te espero no açougue Às vezes, morro Sangue e morte na noite de Natal (exclusivo capa dura) Mentiras avulsas (inéditos) Como nos velhos tempos Grandezas de candura Uma cigarrilha apagada A cachorra atropelada Títulos sem contos Últimas mentiras Biografia do autor Mecenato
Mentiras Reunidas, a contracapa. Clique para ver em tamanho maior.
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